quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Yeah, what the hell... we're SWAT! - a crônica musical-cinematográfica de fim de ano

Uma grande amiga me escreveu há duas semanas com sua crônica de fim de ano. Ao fim, perguntava o que cada um - os destinatários da mensagem - havia feito em 2009.
Acho que esta grande sequência começa em 2006...

2006 foi de "ascenção e queda". Como o R.E.M., fui "perdendo minha religião" - esta entendida enquanto minha profissão. E, enquanto historiador, nunca acreditei muito nessa "história do tempo presente" (seguem minhas desculpas aos companheiros de profissão que conseguem realizar isso que considero uma "façanha"). Hoje, já distante um pouco dos fatos, compreendo que o processo foi de aprendizagem. E Enya me cantou - e encantou - ao traduzir isso numa canção, sugerindo: "quem sabe se nessa escuridão seu coração não se torna mais verdadeiro?" Ainda completa: "Você trilha uma estrada solitária. E como você está longe de casa!"

Cara! Como eu estava longe de casa! Estava longe de tudo o que eu deveria estar. Mas eu não "amanheci, peguei a viola, botei na sacola, e fui viajar". A aparente solidão me fez "ter que voltar prá casa" longe de casa. Foi uma "viagem ao fundo do ego" muito massa. Rolou um "mortal kombat", sofrimentozinho básico... mas, uma coisa nunca me faltou: amigos! Sempre houve quem me estendesse a mão, quem me mostrasse que tem um Cara que gosta de mim mais do que qualquer outra pessoa, e que Ele estava sempre comigo. Assim, cairam as viseiras, e eu pude olhar em volta, para pessoas que precisavam de mim, e para tantas outras pessoas que, distantes de casa, por vezes sofridas, estavam de pé, ajudando quem necessitava. E, na ocupação útil do tempo, aprendi, de fato, o que era trabalho, e as tantas oportunidades de trabalho que perdi durante os anos anteriores. Aprendi, também, que não dava mais tempo de ficar lamuriando pelo que se foi. "O barato de Grace" - e meu - era trabalhar e trabalhar, daqui prá diante...

Foi assim que voltei prá casa. Voltei, primeiro, prá minha casa íntima e, depois, prá minha casa física, para o acalento dos meus. Nas "perdas e danos", alguém ficou prá trás. E foi - e ainda é - difícil entender as diferenças das pessoas. 2007 se caracterizou por muita luta, pelas consequências das minhas escolhas. O choque da chegada ficou traduzido na pieguice (nessa época ainda singela) de uma dupla sertaneja, que cantava à mãe, dizendo que "tudo o que foi procurar no distante sempre esteve ali, dentro de casa".

Sim. E o horizonte foi se pintando mais belo do que o poeta podia descrever. Novamente estava ao lado da minha irmã, vendo meus sobrinhos crescerem, trocando abraços com os amigos mais antigos (inclusive a inquisidora citada no início do texto, né, Irmã?)... e havia um sorriso que eu não havia esquecido. Ela estava muito mais linda do que quando eu a conheci, e já faziam 16 anos. Os anos lhe fizeram muito bem. E, num grande presente, começamos a "velejar", como Gwyneth e Huey. E eu amo cada vez mais cada dia em que estamos "velejando juntos"...
Relacionamento humano, a célula de trabalho e aprendizado em tempo integral! Eu a saúdo! Ermitões de todo mundo, escutem meu apelo (gutural e "protossexual"): não "vão se foder", voltem ao convívio dos homens e "fodam e sejam fodidos"! "Onanismo social" (DRS, Copyright, 2009 - todos os direitos reservados) tá por fora! Ninguém cresce no isolamento. E como tenho crescido ao lado desses olhos verdes! Obrigado, minha Sininho! Seu "menino que não quer crescer", te ama muito!
Nesse ínterim, rodei pelas Minas Gerais, conhecendo suas belezas gerais. Como eu nunca havia visto aquilo tudo, depois de tanto tempo? "Quem te conhece, não esquece jamais". Benza Deus!

Mas o ano em que pude ver um grande sucesso da minha infância ser imortalizado nas telas dos cinemas (onde robôs alienígenas se transformavam em automóveis, lutando pelo bem e blá, blá, blá...) foi, também, o momento de perceber que "tempus fugit" - ou, como Lulu já lembrava, ele "voa, escorre pelas mãos, mesmo sem se sentir que não há tempo que volte"... O grande herói, o velho Optimus Prime, apresentava desgaste na lataria. E só então entendi "o chamado": era mais uma batalha, lado a lado, em postos diferentes, entre tantas outras que já havíamos travado. E lá estávamos mais uma vez... nós... e, graças a Deus, como não poderia deixar de faltar, também estavam... os amigos!
E foram eles, mais uma vez, que me ofereceram, entre abraços, ombros, colos, puxões de orelha, força e... trabalho! Vou citar um grande novo-velho amigo e nosso reencontro, onde, entre tantas respostas, me lembrou que tudo "depende de nós". Augusto, você e toda a equipe estão no meu coração, você sabe!

Nisso, já estamos embalando 2008 com baladas revisitadas, como Numb/Encore, que repete, insistentemente: "que que cê tá esperando, porra?" As certezas, as dúvidas, as esperanças, meu duvidoso presente de anivérsário... Enfim, "vamos viver tudo o que há prá viver", sem medos. Os Orixás, as forças da natureza, selaram meu pacto de amor com minha fadinha verde de olhos verdes. E uma balada, das antigas, perguntava: "porque você não pode fazer isso?" E, como Neo, eu comecei a acreditar...
Porém, Iggy Pop e Dinho Ouro Preto já diziam, em línguas diferentes, que eram "passageiros". E aqui, nesta Terra, meus caros, somos todos passageiros. E o velho Optimus não seria diferente.
Nessas horas, você pensa em filmes "claustrofóbicos", onde o mundo inteiro está tomado por uma doença qualquer, e onde uns poucos humanos lutam para sobreviver aos muitos "infectados" e se pergunta: "então, por que lutar prá viver se o destino inevitável é a morte?"
Por que, desde a década de 1980, Fire inc já cantava: " 'hoje a noite' é o que significa 'ser jovem' ". Se a morte é apenas uma passagem, importa onde você está? Aqui (vivo), lá (também vivo) ou no meio do caminho (morrendo)? O que importa é COMO VOCÊ ESTÁ!
Foi quando o juíz apitou, a bola recomeçou a quicar, e enquanto o relógio lembrava os 16 minutos que faltavam, uma trupe juvenil (que minha sobrinha adora) gritava que era "agora ou nunca". E foi agora. Foi como todas as batalhas do mundo viessem juntas. E mesmo que os resultados não pareçam ter algo de bom, eles foram os melhores! E foram vitoriosos! E, assim, "fomos heróis"!

2009 preludiava ser "a colheita farta", "o sono dos justos", o "e viveram felizes para sempre". Alguém deveria fazer um filme sobre tudo o que acontece depois dessa frase... blah!
O desconhecido se delineava depois da fronteira (nas terras perto da outra fronteira). E eu, que nunca havia saído do país, vi terras não brasileiras (é, ainda não foi esse ano que eu fui pro exterior... só vi).
Aqui, fui acolhido. Mais uma vez, por amigos. Dessa vez, não um bando, uma galera ou um grupo... foi um destacamento, um pequeno batalhão. Não houve manual, treinamento, mapa, trilha de farelos de pão... houve (e há) guerrilha. E, como a inscrição nas muralhas do Forte Coimbra (em Corumbá), as opções eram "repelir o inimigo ou sepultar-se embaixo das muralhas do forte". Neste ano, desde a despedida do meu pai até hoje, reaprendi o que significam as palavras honra e lealdade. Amizade se baseia nisso. Casamento se baseia nisso. E isso "é o que significa ser jovem"! Tantos outros "destacamentos" te acolhem, te chamam a isso. Cito outro: os moços da "Eterna Aliança". A vocês - BorraXarYa e Eterna Aliança - os meus mais sinceros agradecimentos pela acolhida, amizade, aprendizado constante e oportunidade de trabalho!

Vamos encerrando o filme. Ou, pelo menos, o capítulo de hoje: Você, o herói, está cansado, sentado em seu carro, ferido, ofegante, depois de uma noite correndo atrás de bandidos, indo pro descanso. No PX/rádio, uma voz informa que há mais uma ocorrência. Você responde que o turno de vocês está encerrado. Do banco de trás, outra voz diz: "E daí?" O motorista dá seta para se encaminhar ao local. Todos te olham... Tá com você...

Todo dia há um inimigo a repelir. Quase nunca, ele está ao alcance dos olhos - exceto quando você está na frente do espelho. O que eu fiz em 2009? - você me pergunta. Eu poderia responder "trabalhei prá burro, em todos os sentidos, e meu turno acabou". Mas, não. Eu preferi escutar a voz do banco de trás e entender o sinal do motorista. No "turno" de 2009, alguns bandidos foram pegos, outros escaparam. E o preço da paz é a eterna vigilância - mesmo no que se refere aos estão presos...

"Yeah, what the hell?" - essa foi a resposta do herói. Com isso, ele quis dizer: "We're SWAT, right?" Só há uma pessoa capacitada para repelir o seu maior inimigo: você! Voltando à pergunta... o que eu fiz em 2009? Fui SWAT. Leia-se: FUI. As inscrições para 2010 estão abertas, e já me matriculei. Tô me esforçando para também sê-lo em 2010.

E você? O que vai fazer no próximo "chamado"? Esqueça o cansaço, esqueça os ferimentos, esqueça o que de ruim passou... E daí? Você é SWAT, não é? Você aguenta o tranco! Ou como diria - e, aposto, ainda diz - o Velho Optimus: VOCÊ TEM "CAIXA"! Se você não fizer, ninguém vai fazer, porque VOCÊ É SWAT!...

Galera, em 2010, SEJAM SWAT!

Um encerramento de ciclo de muita reflexão a todos, e um novo ano de muito trabalho!

Agora, todo mundo: "Naaaaa... na-na-naaaaa... na-na-naaaaa... na-na-naaaaa..."

P.S.: prá vocês se situarem melhor:
http://www.youtube.com/watch?v=VkSheUP6-xs
Não consegui editar o vídeo... a cena descrita começa em 8 min 29 seg, ok?

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Saravá...

Há quem comemore o "dia das bruxas" da forma mais displicente e "norte-americana" possível. O fim de outubro corresponde a um período dos rituais de fertilidade de Beltane, e é uma época de muita energia. Escolhi, nesse momento, homenagear duas forças que me regem:


Ogum

Ogum, vencedor de demanda
Quando entra no reino é prá salvar filho de Umbanda
Ogum, Ogum iara Ogum, Ogum iara
Salve os campos de batalha, salve a sereia do mar
Ogum, Ogum iara
Ogum, Ogum iara


Ogum-iê, meu pai!

Iansã

Iansã, cadê Ogum? Foi pro mar
Mas Iansã, cadê Ogum? Foi pro mar (3X)

Iansã penteia os seus cabelos macios
Quando a luz da lua cheia clareia as águas do rio
Ogum sonhava com a filha de Nanã
E pensava que as estrelas eram os olhos de Iansã

Iansã, cadê Ogum? Foi pro mar
Mas Iansã, cadê Ogum? Foi pro mar (3X)

Na terra dos orixás, o amor se dividia
Entre um deus que era de paz
E outro deus que combatia
Como a luta só termina quando existe um vencedor
Iansã virou rainha da coroa de Xangô

Iansã, cadê Ogum? Foi pro mar
Mas Iansã, cadê Ogum? Foi pro mar (3X)


Eparrê, mãe Iansã!

Continuem guiando esse teu filho rebelde, vencendo com ele todos os inimigos, e o maior deles: ele mesmo. Libertem o homem novo, derrotando o homem velho.



Saravá todos os Orixás!!!

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

La joie de vivre



Nem sempre os sentimentos conseguem ser traduzidos, apesar de serem válidas as tentativas... Vamos a uma delas:






Allegria

Alegria



AlegriaAlegria
Come un lampo di vita Como um raio de vida
Alegria Alegria
Come un passo gridar Como um louco a gritar
Alegria Alegria
Del delittuoso grido De um delituoso grito
Bella reuggente pena, serena De uma triste pena, serena
Come la rabbia di amar Como uma fúria de amar
Alegria Alegria
Come un assalto di gioia Como uma explosão de júbilo


AlegriaAlegria
I see a spark of life shining Eu vi uma faísca de vida brilhando
Alegria Alegria
I hear a young minstrel sing Eu ouço um jovem menestrel cantarolando
Alegria Alegria
Beautiful roaring scream Um grito bonito
of joy and sorrow, Um rugido de tristeza e de felicidade
so extreme Tão extremo...
There is a love in me raging Um amor furioso dentro de mim,
Alegria Alegria
A joyous, magical feeling Um feliz e mágico sentimento.


AlegriaAlegria
Come un lampo di vita Como um raio de vida
Alegria Alegria
Come un passo gridar Como um louco a gritar
Alegria Alegria
Del delittuoso grido Como um delituoso grito
Bella reuggente pena, seren De uma triste pena, serena
Come la rabbia di amar Como a fúria de amar
Alegria Alegria
Come un assalto di gioia Como uma explosão de júbilo


AlegriaAlegria
Como la luz de la vida Como a luz da vida
Alegria Alegria
Como un payaso que grita Como um palhaço que grita
Alegria Alegria
Del estupendo grito De um delituoso grito
De la tristeza loca De uma tristeza louca
Serena, Serena,
Como la rabia de amar Como a furia de amar
Alegra Alegria
Como un asalto de felicidad Como um assalto de felicidade


There is a love in me ragingUm amor furioso dentro de mim,
Alegria Alegria
A joyous, magical feeling Um feliz e mágico sentimento.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Neverending stories: from Bastian to Bastian...


Em 1984 e nos anos seguintes, várias crianças viveram a magia das aventuras de Atreyú & Bastian para salvar Fantasia.
Na medida em que crescemos, descobrimos que as histórias chegam ao fim. O desencanto que se abate sobre nossos sonhos pueris vem tão gradativamente, que eles vão sendo substituídos por outros e outros sonhos. E, nas mais das vezes, chegamos ao mundo adulto com a sensação de que todos os sonhos se foram, e que histórias e estórias chegam ao fim. As desilusões muito constantes no universo dos adultos fazem com que não queiramos mais acreditar nos "fim(s)", ou seja, nos términos de fases que a vida nos impõe, pelo seu ritmo próprio. Chegamos cada vez mais próximos do abismo da morte, aquele onde, por mais que se creia num deus, nunca se tem certeza do que há ao fundo...

Pronto... somos adultos!
Somos adultos pelo covarde e doloroso fato de termos subjulgado a criança que existe dentro de nós.

Quando crianças, quando vasculhávamos as estantes das bibliotecas procurando um livro com um signo que nos remetesse à nossa Fantasia, quando tínhamos a coragem de salvar um mundo inteiro pelo simples pronunciar de um nome, nunca nos demos conta do que diz o personagem Peter Pan, em Hook: "Viver ainda é a maior aventura".

A distância do nascimento e a aproximação da morte são verdades incontestáveis com o passar de nossos dias. Relativa, porém, é a sensação de vida e morte que produzimos a partir desse fato.
Atentem, agora como adultos, para o tema do filme "A História Sem Fim":


Never Ending Story

História sem fim



Turn aroundVire-se,
Look at what you see.... olhe o que você vê,
In her face na face dela,
The mirror of your dreams.... o espelho de seus sonhos.
Make believe I'm everywhere Faça de conta que eu estou em todos os lugares,
Given in the light entregue à luz.
Written on the pages Escrita nas páginas
Is the answer to a never ending story... está a resposta para uma história sem fim.
Ah.... Ah...
Reach the stars Alcance as estrelas.
Fly a fantasy.... Voe em uma fantasia.
Dream a dream Sonhe um sonho,
And what you see will be.... e o que você vê será
Rhymes that keep their secrets Rimas que guardam seus segredos
Will unfold behind the clouds vão revelar-se detrás das nuvens,
And there upon a rainbow e lá por cima do arco-íris
Is the answer to a never ending story... está a resposta para uma história sem fim
Ah.... Ah...
Story... História...
Ah.... Ah...


Show no fearNão demonstre medo
For she may fade away... pois ela pode desaparecer.
In your hand Na sua mão
The birth of a new day... O nascimento de um novo dia.
Rhymes that keep their secrets Rimas que guardam seus segredos
Will unfold behind the clouds vão revelar-se detrás das nuvens
And there upon a rainbow E lá por cima do arco-íris
Is the answer to a never ending story está a resposta para uma história sem fim.
Ah.... Ah...
Never ending story... História sem fim...
Ah.... Ah...
Never ending story... História sem fim
Ah.... Ah...
Never ending story... História sem fim
Ah.... Ah...


Agora, vire-se e me diga o que você vê na face da sua vida: o espelho dos seus sonhos?
Não tenha medo, alcance as estrelas e sonhe seus sonhos... pois, escrito nas páginas da sua vida está a resposta para a SUA história sem fim! Na sua mão está o nascimento de um novo dia... é só fazer de conta que Deus está em todo lugar e se entregar à luz...

Faça da sua história uma história (feliz) sem fim. Viva o adulto e a criança que existem em você...
Depois, escreva simbolicamente seu livro e deposite simbolica e despretensiosamente numa estante de uma biblioteca qualquer. E escreva na dedicatória: "De Bastian para Bastian..."

P.S.: este post é de um Bastian para vários Bastians...

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Trust


Só com o tempo (e com perdas e danos) você aprende (da pior maneira possível) que a confiança é como uma enorme geleira. O esforço que foi realizado pelo frio para congelar e acumular aquela enorme quantidade de água e construir tal sólida muralha para, no calor de uma discussão, palavras ferinas tocarem a superfície de cristal e transformarem num caudaloso rio de lágrimas...

Poético? Passe por isso e me diga onde está o efeito parnasiano nesse desastre...
Seria poético se não fosse... (trágico? Outra frase feita que tende à poesia...?)

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Bridges...

Pontes,
intermediários,
meios,
medianeiros...
médiuns...

Diz-se que todos são médiuns, na acepção espírita da palavra.
Para além desta, e numa compreensão mais geral, eu concordo com a assertiva.
Cabe a pergunta: que tipo de ponte eu sou? O que eu ligo? O que eu transponho?

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Ha-dou-ken...


Foco...
Adição de energias afins...
Confinamento dessas energias...
Controle e autoalimentação...
Liberação num único "evento"...

É assim que explodem energias intensas, como a da raiva.
O mesmo princípio pode ser usado a fins mais benéficos.
Já tentou experimentar?

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Kiss from a rose: a beautiful history


Fiquei sabendo essa semana e resolvi compartilhar...

Quando do desencarne do meu pai, uma grande amiga da família e de movimento espírita também nos deixou, porém uma semana antes. Isso aumentou o vazio sentido por todos, especialmente do grupo espírita a que pertenciam. Cito, especialmente, uma outra grande amiga nossa, que vocês conhecerão aqui pelo singelo pseudônimo de "Chefinha", como eu a chamo por já ter trabalhado com ela.


Chefinha, sentindo esse grande vazio, foi intuida, na volta de uma viagem, a adquirir 3 roseiras. Escolhendo-as, de cores diferentes, nomeou cada uma com o nome de uma dessas pessoas que ela sentia falta (meu pai, nossa amiga e a madrinha dela). Na véspera do florescimento de cada roseira, nossa Chefinha teve sonhos com meu pai e com nossa amiga. Também foi intuída, por ocasião dos sonhos, a entregar uma rosa de cada roseira, respectivamente, à minha mãe e à filha de nossa amiga.



Na semana passada, Chefinha me contou essa história e me enviou fotos das roseiras. A do meu pai é a branca.









Fiquei muito emocionado com esse beijo, com perfume de rosas, que veio de longe e de forma tão inusitada. Especialmente porque meu pai não deixava de dar rosas à minha mãe em ocasiões especiais.






Mais uma vez, Chefinha, obrigado!

(Fotos: H. A. - "Chefinha")

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Old Enemy, New (Best) Friend...


Acho que foi assim...
A primeira vez que eu a vi, ela estava do outro lado do estádio... é, torcida adversária... balançando bandeira, xingando, fazendo caretas... coisa de torcedor fanático mesmo...
Na saída do jogo, sempre tinha um conflito, nem que fosse pelo menos bate boca. A gente se encontrava em ônibus, no centro da cidade, no shopping, nas compras de supermercado, em filas quaisquer... e sempre torcendo o nariz um pro outro, de alguma forma!

Um dia, o jogo dos times foi prá outro estádio, e uns caras que nós nem sabíamos que conheciam nós dois, nos chamaram, coincidentemente, prá assistir o jogo no mesmo bar. A gente se viu e já eriçou os pêlos e garras... isso durou um bom tempo (uns nove meses, mais ou menos).

A surpresa foi que A LUZ DO BAR ACABOU! Sacanagem! Não tinha nada há milhas de distância que pudesse transmitir o jogo. "E agora? Vamo imbora?" - perguntei. "Num dá" - falou meu amigo. "Agora, curte, meu rei, por que a gente não vai embora até daqui há um bom tempo."

Então, eu estava preso, naquele lugar, com aquela adversária. Como não bastasse, quando o bafafá da falta de energia acabou, alguém teve a brilhante idéia de juntar as mesas. E acabamos, frente a frente, numa distância muito pequena.
Calma lá que ainda vai ficar pior... a cerveja acabou! É, a gente tava sóbrio, sem cerveja, sem algo que nos transportasse prá fora daquela situação. E a irritação aumentou...
Foi quando alguém parou no meio da gente e disse: "é... sóbrios, sem futebol e sem motivos prá brigar... que bonito isso! Essa mesa é um LAR!"

E a gente se tocou da nossa palhaçada em todas as situações anteriores...

Chamei o garçom e perguntei o que tinha prá ingerir. Ele trouxe um pacote de sal, fechado. E ainda disse que era o único.
"Vamos dividir...?" perguntei, meio tímido. Ela fez um gesto afirmativo e deu uma mãozada no sal. Silêncio constangedor. Melhor quebrar isso logo: "Seu nome é...?" E uma voz maternal, que só conhecia a gritos, respondeu calmamente: "Corina"... "Prazer, Divaldo"...

E a conversa começou... isso tem uns 33 anos, e contando... sem prazo prá acabar...
E a inimiga virou minha melhor amiga.
O saco de sal? Acabou não. A gente passou a ver os jogos na casa dela, na cozinha dela, com a comida dela... hum...

É isso aí, amiga...
Foi muito tempo de briga. Tanto tempo que a gente nem sabe quanto foi.
Graças a Deus, a gente foi colocado nessa "mesa de bar", sem futebol, e com aquele pacote de sal*.
Que Deus abençoe esse dia, em que você aceitou a missão de ser MINHA MÃE!
E que Maria, A Mãe, te cubra com Teu Manto Sagrado, hoje e sempre!

Te amo! Muito! Mesmo!

*Ela me ensinou que a gente só conhece uma pessoa se comer, pelo menos, um quilo de sal com ela...

terça-feira, 14 de julho de 2009

Lessons from thousands of years


Um bom homem desenha um círculo ao redor dele e se ocupa dos que estão dentro... sua mulher, seus filhos...
Outros homens desenham um círculo maior, e dentro dele estão também seus irmãos...
Outros homens têm um destino superior. Têm que desenhar ao seu redor um círculo dentro do qual estejam muitas, muitas pessoas.
(personagem Tic Tic, de 10.000 B.C.)

... e o mundo nunca esteve tão precisado do último tipo citado...

segunda-feira, 6 de julho de 2009

To my Optimus Prime...


Obrigado por ter me concedido a vida
Obrigado na prisão e na saída
Obrigado pela dor, pelo carinho
Obrigado pelo amor, pelo caminho

Obrigado pela luz, pela saúde

Se eu não fiz o que eu não quis

Não fiz, não pude
Quero amor pra todo mundo
O tempo inteiro
Seja o que for, serei melhor, mais verdadeiro
Obrigado, obrigado, Obrigado pela mente, pelo coração
Obrigado, obrigado
Obrigado pelo sonho e a realização
Obrigado pelo lado esquerdo e o direito
Obrigado pela qualidade e o defeito
Obrigado pelo som, pelo silêncio
Obrigado porque eu sinto, porque eu penso
Obrigado, obrigado
Obrigado pela mente, pelo coração
Obrigado, obrigado
Obrigado pelo sonho e a realização
Obrigado pela luz, pela saúde
Se eu não fiz o que não quis
Não fiz, não pude
Quero amor pra todo mundo
O tempo inteiro
Seja o que for serei melhor, mais verdadeiro
Obrigado, obrigado,
Obrigado pela mente, pelo coração
Obrigado, obrigado
Obrigado pelo sonho e a realização
(Fábio Jr. - Obrigado)

Esse ano está mais vazio sem você por aqui. Mas o céu está com uma estrelinha a mais desde que você partiu, meu pai, meu amigo, meu líder, meu herói...

Hoje, te vejo no céu, toda noite, pertinho da Lua.
Para cada dia 5, que me entristece, vem um dia 6, para me lembrar de nossas alegres comemorações... E se todo ano vai ter um dia 5 de fevereiro, também vai ter um 6 de julho...
Os agradecimentos estão em negrito; seu legado e minha promessa estão em negrito itálico.
Sua bênção, meu pai. E que Deus te abençoe, onde quer que você esteja!!! Te amo, cara!

quarta-feira, 1 de julho de 2009

The wood between the worlds

I've...become so numb
I can't feel you there
I've become so tired
So much more aware.
I've becoming this, all I want to do
Is be more like me
And be less like you.
(Linkin Park, Numb)


Em O Sobrinho do Mago (The Magician's Nephew), cronologicamente a primeira das Crônicas de Nárnia, os protagonistas (Digory e Polly) se encontram, em determinado momento, numa "antesala" de mundos: o bosque entre os mundos (capítulo 3). O bosque apresenta lagos, e cada lago é uma porta para um outro mundo.
Muitas vezes, em nossa vida, nos encontramos nesse bosque, com várias escolhas a frente. É interessante notar que, no livro, a água dos lagos não é cristalina, ou seja, não é possível ver para qual mundo as crianças estão indo. Dessa forma, a metáfora se encaixa muito bem na vida real, pois também não temos ciência da consequência real das escolhas que fazemos antes delas serem feitas.

Mas, diga-me cá: você já quis estar no bosque? Apenas no bosque? Você já quis esperar que as águas turvas se tornem límpidas para assistir ao que está acontecendo, sem escolher ou interferir?

E se você se tornasse "prisioneiro" desse bosque? E se seu "algoz" (o tirano que te "aprisionou") fosse você mesmo?

E lá estou eu, aguardando o resgate do Peregrino da Alvorada (Dawn Treader)...

terça-feira, 16 de junho de 2009

Sins of the past, signs of a future..













Teardrop on the fire

Fearless on my breath
(Massive Attack, Teardrop)

Você já foi visitado pelo seu passado? Vocês se sentaram prá tomar umas? Foi um encontro amigável? Ou seu passado é "o espectro que assombra"?
Escolhas geram consequências... pensar em certo e errado é algo que vai nos remeter a morais religiosas e éticas de toda espécie. Muitas vezes os espectros que nos rondam, de tempos tão longínquos, são apenas tentativas de acertos equivocadas. Outras vezes, são coisas das quais nos envergonhamos mesmo. Outras, ainda, são aquilo que nos torna um pouco psicopatas... simplesmente, "não é com a gente".

Não quero ninguém lendo isso e tendo pesadelos acordado, revisitado por fantasmas pseudo-exorcizados há tempos - por favor... fantasmas exorcizados não voltam a assombrar...
Só queria compartilhar que fui visitado por um dos meus inúmeros espectros... sempre que isso acontece, eu tenho uma descarga de adrenalina, que me gela por dentro, e uma profunda melancolia byroniana que pode perdurar por um bom tempo.

Ainda não sei como lidar com isso. Se os pecados do passado ficam rondando e assombrando, é uma questão de tempo para eles se tornarem, de fato, sinais de um futuro cheio de medo. E viver com medo não é uma opção. Afinal, até suas lágrimas congelarem, você vai se ferir com elas...


terça-feira, 9 de junho de 2009

Night mist


Fui surpreendido, recentemente, por um fenômeno de bruma densa na cidade onde agora resido. Minha cidade natal, bem como as cidades por onde passei, nunca tinham me proporcionado espetáculo tão diferente.
Lembrei-me da minha leitura de "As brumas de Avalon", e que todos nós assumimos papéis semelhantes aos dos personagens da trama. As mulheres de Avalon me fascinaram desde a primeira leitura...

Igraine atravessa não só as terras de Avalon e o mar que a separa em direção à Bretanha dos cristãos. Atravessa também toda a sua fé em direção a uma nova realidade religiosa e moral. Num momento, Igraine simboliza nossa grande transição ao mundo adulto, bem como algumas transições que fazemos ao abraçar uma religião (ou ao abraçar uma nova religião). Mas é interessante notar que ela o faz em função de sua antiga religião (ou, na comparação aqui colocada, em função de seu modus vivendi anterior). Isso entra em choque quando Viviane e Merlin a pedem que mude, novamente, seu destino, contrariando os preceitos morais que havia assumido, para novamente atender seu modus vivendi anterior à mudança. Igraine poderia simbolizar nossa pseudo-aceitação e resistência a mudanças, uma resignação corajosa e contestadora (por mais antitético que essa expressão possa parecer).

Viviane é a constância, a resignação. Ela simboliza vários de nós quando nos satisfazemos num projeto de vida qualquer, após um sacrifício ora prazeiroso, ora doloroso. A grande sacerdotiza de Avalon é a mãe "de coração", a pessoa vivida que nos conhece e que já trilhou o caminho por onde passamos - ou, as vezes, simboliza a nós quando falamos com alguém que anda trilhando passos que já trilhamos.
É bom se sentir "Viviane", tanto quanto é sofrido. Não se pode viver a vida dos outros. Muitas vezes, sabemos que alguém vai cair onde caimos, mas que vai sorrir onde sorrimos.

Morgause é a ambição velada de todo ser humano. Ela simboliza, paralelamente, a certeza de sermos coadjuvantes em alguns momentos da vida e, em consequência, nossa negação a sermos coadjuvantes. Em paralelo, Morgause é nossa vontade constante de sempre melhorarmos. Em alguns, isso é uma obsessão. Controlado, é uma das melhores receitas de vida que poderemos ter.

Lembraria, em tempo, saindo da linhagem principal da trama, Raven, a sacerdotiza muda de Avalon. Raven é o que reprimimos em nós em prol de um ideal maior. E seu grito, quando Avalon "cai", é nossa revolta pelo que vemos de podre e não conseguimos mudar com nosso sacrifício. Raven é nossa consciência, nossos esforços para o bem comum, mas é nossa primeira blasfêmia também. Raven é a dúvida de que o que fazemos fará diferença no mundo que nos rodeia.

Por fim, mas não menos importante: Morgana. Morgana é cada um de nós, e as esperanças de um grande futuro. Nas versões mais difundidas da saga de Arthur, Morgana se assemelha muito ao papel de Morgause, com a diferença de que ela se pretende a protagonizar a vida e faz por onde. Mas, de fato, Morgana simboliza "aquele que vence".


É um clima agradável entre as brumas. O rosto se umidifica, não se vê nada a distância. O brilho da Lua está sobre você, e sob a benção da mãe da noite você se sente livre para olhar para dentro de si. Quando olhamos no espelho prateado da Lua, é possível nos ver. Quando a bruma nos envolve, só temos como nos sentir, como se nosso espelho se esvaecesse ao nosso redor. É uma sensação nova, que recomendo a todos.

Boas lembranças a bruma trouxe. Boas reflexões...

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Hate - an eclipse in soltice


O que projetamos, temos de volta. Mas tudo precisa, primeiro, refletir, e a ação de absorção e devolução no objeto refletor deixa suas marcas neste. As cicatrizes da Lua são, assim, caracterizadas, quando do soltício: o que se refletiu nela deixou lá suas marcas... Por isso, de quando em vez, a Lua se esconde para chorar as cicatrizes... É o que se chama de eclipse...

Assim é o ódio. Não há que se negar, é uma grande força, uma força que transforma o bicho-homem. É algo que nos leva às entranhas e erige de nós o que de pior pode haver.
Antes que a Lua em soltício pudesse se esconder, pude ver meu ódio nela. Foi bestial. E, por mais que eu tivesse me assustado, eu me admirei: é potência pura, algo forte, que tem a convicção de arrancar tudo que lhe atravanque o caminho. Os maiores impérios que este mundo já viu foram construídos com isso, com essa força destrutiva, como os espetáculos destrutivos da natureza.
Mas a Lua reteve meu ódio com ela por alguns instantes. Como que despertasse, vi o que sou com ódio, mas com os olhos da Lua. Quando me devolveu meu ódio, a Lua se virou, aos prantos, assustada.
E quando a luz me traiu pelo período do eclipse, entendi que o ódio é força, não poder. Entendi que bestas não se curvam à dor ou à morte apenas porque desconhecem amor ou vida. Entendi que potência sem controle não é nada, e que entre convicção e verdade, há um abismo. Quanto aos impérios construídos pelo ódio, larga foi sua extensão, mas nenhum deles se manteve.

Ainda preciso pedir perdão à Lua...

terça-feira, 12 de maio de 2009

Moon over the Plato's cave (A Lua sobre a caverna de Platão)


Todos nós já passamos por um Solstício da Lua. Onde estávamos quando isso aconteceu é que dá o tom ao acontecido...
Da mesma forma, todos nós já passamos por um Solstício da Lua dentro da nossa caverna de Platão. Quando a Lua nos projeta as sombras das pessoas que nos rodeiam no fundo da caverna, nós desenhamos e descrevemos o que vemos com nossos olhos. E, mais do que isso, nos julgamos.
De uma maneira ou de outra, a necessidade nos faz sair da caverna, e passamos, então, a ser sombras no fundo da caverna dos outros. E, assim como inscrições rupestres, nós passamos a ser imagens idealizadas pelas mentes e olhos - e pré-conceitos - de pessoas que viram apenas sombras. E as imagens são desenhadas enquanto expectativas ou preconceitos...

Dói ser um caricato e dói fazer doer em outro a ausência do que ele esperava em nós. Se serve de consolo, isso é inevitável, pois lutamos contra o medo de conhecer as pessoas, de nos virarmos de frente e encararmos o outro. Nas noites de Solstício da Lua, ainda temos outro medo: nos vermos no espelho do rosto prateado da mãe da noite...

Não nivele por baixo. Não deixe de ter expectativas das sombras do fundo de sua caverna. Não deixe de esperar do outro nada mais do que aquilo que você possa oferecer e, sobretudo, não seja medíocre em seu estilo de vida por uma questão de comodidade. E, como um velho amigo disse, respeite as diferenças. Se a sombra que você viu é menos do que você esperava, ela se deu ao trabalho de adornar o fundo da sua caverna, e algo ela tem de bom, certamente...

E, por fim, saia desse maldito fundo de caverna, de quando em vez, e seja uma sombra...

terça-feira, 5 de maio de 2009

Forewords


Tem dias que a Lua está mais próxima da Terra...

Nesses dias, é só olhar pro céu e ver um amplo espelho convexo prateado.


E, como numa grande tela de cinema, vemos um filme (insira aqui o gênero do filme da sua vida), onde nos identificamos com um personagem qualquer...

Nesse cenário, temos oportunidades de filosofar sobre "o filme", especialmente com os amigos que convidamos para essa sessão!

Benvindos!

D. Mattientti