segunda-feira, 29 de março de 2010

E vem aí mais um abril...

Para receber mais um abril que chega, fui lembrado, hoje, de uma música que embalou parte da década de 1990, dos Engenheiros do Hawaii.
Para mim, apesar da distância histórica, ela tem se equivale ao que Vandré quis dizer à sua geração em "Prá não dizer que não falei das flores". Gessinger e sua patota quiseram retratar a nova realidade dos anos 90. E, lembrando Bruno Gouveia, do Biquini Cavadão, num show que tive a oportunidade de assistir recentemente, essa música é de uma época "em que se fazia músicas com a cabeça e o coração, e não com a bunda".
Aos amigos, para reflexão, Pose (anos 90):

Pose (Anos 90)

Engenheiros do Hawaii

Composição: humberto gessinger

Vamos passear depois do tiroteio
Vamos dançar num cemitério de automóveis
Colher as flores que nascerem no asfalto
Vamos todo mundo... tudo que se possa imaginar

Vamos duvidar de tudo que é certo
Vamos namorar à luz do pólo petroquímico
Voltar pra casa num navio fantasma
Vamos todo mundo... ninguém pode faltar

Se faltar calor, a gente esquenta
Se ficar pequeno, a gente aumenta
Se não for possível, a gente tenta
Vamos ficar acima, velejar no mar de lama
Se faltar o vento, a gente inventa
Vamos esquecer o dia da semana
Tem que ser agora anos 90.

Vamos remar contra a corrente
Desafinar do coro dos contentes

Se não for possível
Se não for importante
Mesmo assim a gente tenta.

Não é pose, não é positivismo
Quanto pior, pior
Não é pose, não passará
Não passaremos por isso

Tô fora voodoo, ranso, baixo astral
Eu não vou perder meu tempo brincando de ser mal
Não vou viver pra sempre nem morrer a toda hora
Como rasgos pré-fabricados num novo velho blue jeans.

Morte anunciada, direitos autorais
Pela tv à cabo uma baleia acaba de nascer
Nascer pode ser uma passagem violenta
O futuro se põe
O passado não se agüenta.
Oooo...oooo..

Meninos e engenhos
Santa ingenuidade
Santíssima trindade: sexo, drogas, rock’n roll.
Oooo..ooo...

É pura pose, faz qualquer coisa
E o pior não é isso
É pura pose, posteridade
E o pior não é isso

Vamos passear depois do tiroteio
Vamos dançar num cemitério de automóveis
Vamos duvidar de tudo que é certo
Vamos namorar à luz do pólo petroquímico.

Lalarala...
Lalarala..
Laralala...
Laralala...
Laralala..

Vamos remar contra a corrente
Desafinar do coro dos contentes
Vamos ficar acima, velejar no mar de lama
Vamos esquecer o dia-a-dia, o dia-a-dia..aaa

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

365 luas...

05/02/2010

É, meu caro...
Faz um ano que você viajou. Lembro que nos seus preparativos para a viagem, nem pude despedir da companheira Célia. Por favor, dê lembranças a ela quando a vir.
Tudo está caminhando por aqui. Os pequenos estão ficando grandes e fortes, as flores desabrochando, os trabalhos seguindo. Tudo como você sugeriu que estivesse.

Cora sente sua falta. Temos ajudado ela a exercitar a paciência, pois o translado dela para essas terras ainda leva algum tempo. Ela já não fica tanto ao lado da "caixa de correios" esperando notícias, como fez com o Vô. Aliás, leve também meu saudoso abraço a ele.
Yeiéca tá lá, a guerreira de sempre, a sentinela na pedra, como seu nome revela. Sinto-a triste, mas ela sempre foi mais sensível às despedidas.

Como está tudo por aí? Os Vôs, as Vós? Tio Dalton, Tio Enéas, Dona Santa, Jorge, Vadinho?...
Li que foi a maior festança quando vc desembarcou. Depois, mande detalhes.
Aproveita e me confirma que meu pequeno tá embarcando para cá. Abençoe-o, porque a missão dele é grande - além de ter de me aguentar como pai. Mas não se preocupe, porque as aulas para ser um bom pai, eu as tive com os melhores professores que Deus pode me dar.

Olha, para você não ficar com muitas saudades daqui, a Luna foi ficar com você. Pode confiar suas saudades à ela. Bichinho fiel, que nunca me falhou. Não há nada que um cafuné nela não leve embora. Cuide bem dela para mim, por favor.

Recebemos as rosas através da Helmara, obrigado. Chegaram lindas e perfumadas.
Vou terminando por aqui, lembrando um sambinha da nossa época juntos: "naquela mesa tá faltando ele, e a saudade dele tá doendo em mim"... mas não se apoquente não. Não é nada que uma carta não descreva e que um sorriso seu não faça desaparecer.

Deus te abençoe, meu velho amigo, você, que tanto me abençoou!
Não se esqueça de mandar notícias!
Saudades

Seu filho