quinta-feira, 23 de julho de 2009

Old Enemy, New (Best) Friend...


Acho que foi assim...
A primeira vez que eu a vi, ela estava do outro lado do estádio... é, torcida adversária... balançando bandeira, xingando, fazendo caretas... coisa de torcedor fanático mesmo...
Na saída do jogo, sempre tinha um conflito, nem que fosse pelo menos bate boca. A gente se encontrava em ônibus, no centro da cidade, no shopping, nas compras de supermercado, em filas quaisquer... e sempre torcendo o nariz um pro outro, de alguma forma!

Um dia, o jogo dos times foi prá outro estádio, e uns caras que nós nem sabíamos que conheciam nós dois, nos chamaram, coincidentemente, prá assistir o jogo no mesmo bar. A gente se viu e já eriçou os pêlos e garras... isso durou um bom tempo (uns nove meses, mais ou menos).

A surpresa foi que A LUZ DO BAR ACABOU! Sacanagem! Não tinha nada há milhas de distância que pudesse transmitir o jogo. "E agora? Vamo imbora?" - perguntei. "Num dá" - falou meu amigo. "Agora, curte, meu rei, por que a gente não vai embora até daqui há um bom tempo."

Então, eu estava preso, naquele lugar, com aquela adversária. Como não bastasse, quando o bafafá da falta de energia acabou, alguém teve a brilhante idéia de juntar as mesas. E acabamos, frente a frente, numa distância muito pequena.
Calma lá que ainda vai ficar pior... a cerveja acabou! É, a gente tava sóbrio, sem cerveja, sem algo que nos transportasse prá fora daquela situação. E a irritação aumentou...
Foi quando alguém parou no meio da gente e disse: "é... sóbrios, sem futebol e sem motivos prá brigar... que bonito isso! Essa mesa é um LAR!"

E a gente se tocou da nossa palhaçada em todas as situações anteriores...

Chamei o garçom e perguntei o que tinha prá ingerir. Ele trouxe um pacote de sal, fechado. E ainda disse que era o único.
"Vamos dividir...?" perguntei, meio tímido. Ela fez um gesto afirmativo e deu uma mãozada no sal. Silêncio constangedor. Melhor quebrar isso logo: "Seu nome é...?" E uma voz maternal, que só conhecia a gritos, respondeu calmamente: "Corina"... "Prazer, Divaldo"...

E a conversa começou... isso tem uns 33 anos, e contando... sem prazo prá acabar...
E a inimiga virou minha melhor amiga.
O saco de sal? Acabou não. A gente passou a ver os jogos na casa dela, na cozinha dela, com a comida dela... hum...

É isso aí, amiga...
Foi muito tempo de briga. Tanto tempo que a gente nem sabe quanto foi.
Graças a Deus, a gente foi colocado nessa "mesa de bar", sem futebol, e com aquele pacote de sal*.
Que Deus abençoe esse dia, em que você aceitou a missão de ser MINHA MÃE!
E que Maria, A Mãe, te cubra com Teu Manto Sagrado, hoje e sempre!

Te amo! Muito! Mesmo!

*Ela me ensinou que a gente só conhece uma pessoa se comer, pelo menos, um quilo de sal com ela...

terça-feira, 14 de julho de 2009

Lessons from thousands of years


Um bom homem desenha um círculo ao redor dele e se ocupa dos que estão dentro... sua mulher, seus filhos...
Outros homens desenham um círculo maior, e dentro dele estão também seus irmãos...
Outros homens têm um destino superior. Têm que desenhar ao seu redor um círculo dentro do qual estejam muitas, muitas pessoas.
(personagem Tic Tic, de 10.000 B.C.)

... e o mundo nunca esteve tão precisado do último tipo citado...

segunda-feira, 6 de julho de 2009

To my Optimus Prime...


Obrigado por ter me concedido a vida
Obrigado na prisão e na saída
Obrigado pela dor, pelo carinho
Obrigado pelo amor, pelo caminho

Obrigado pela luz, pela saúde

Se eu não fiz o que eu não quis

Não fiz, não pude
Quero amor pra todo mundo
O tempo inteiro
Seja o que for, serei melhor, mais verdadeiro
Obrigado, obrigado, Obrigado pela mente, pelo coração
Obrigado, obrigado
Obrigado pelo sonho e a realização
Obrigado pelo lado esquerdo e o direito
Obrigado pela qualidade e o defeito
Obrigado pelo som, pelo silêncio
Obrigado porque eu sinto, porque eu penso
Obrigado, obrigado
Obrigado pela mente, pelo coração
Obrigado, obrigado
Obrigado pelo sonho e a realização
Obrigado pela luz, pela saúde
Se eu não fiz o que não quis
Não fiz, não pude
Quero amor pra todo mundo
O tempo inteiro
Seja o que for serei melhor, mais verdadeiro
Obrigado, obrigado,
Obrigado pela mente, pelo coração
Obrigado, obrigado
Obrigado pelo sonho e a realização
(Fábio Jr. - Obrigado)

Esse ano está mais vazio sem você por aqui. Mas o céu está com uma estrelinha a mais desde que você partiu, meu pai, meu amigo, meu líder, meu herói...

Hoje, te vejo no céu, toda noite, pertinho da Lua.
Para cada dia 5, que me entristece, vem um dia 6, para me lembrar de nossas alegres comemorações... E se todo ano vai ter um dia 5 de fevereiro, também vai ter um 6 de julho...
Os agradecimentos estão em negrito; seu legado e minha promessa estão em negrito itálico.
Sua bênção, meu pai. E que Deus te abençoe, onde quer que você esteja!!! Te amo, cara!

quarta-feira, 1 de julho de 2009

The wood between the worlds

I've...become so numb
I can't feel you there
I've become so tired
So much more aware.
I've becoming this, all I want to do
Is be more like me
And be less like you.
(Linkin Park, Numb)


Em O Sobrinho do Mago (The Magician's Nephew), cronologicamente a primeira das Crônicas de Nárnia, os protagonistas (Digory e Polly) se encontram, em determinado momento, numa "antesala" de mundos: o bosque entre os mundos (capítulo 3). O bosque apresenta lagos, e cada lago é uma porta para um outro mundo.
Muitas vezes, em nossa vida, nos encontramos nesse bosque, com várias escolhas a frente. É interessante notar que, no livro, a água dos lagos não é cristalina, ou seja, não é possível ver para qual mundo as crianças estão indo. Dessa forma, a metáfora se encaixa muito bem na vida real, pois também não temos ciência da consequência real das escolhas que fazemos antes delas serem feitas.

Mas, diga-me cá: você já quis estar no bosque? Apenas no bosque? Você já quis esperar que as águas turvas se tornem límpidas para assistir ao que está acontecendo, sem escolher ou interferir?

E se você se tornasse "prisioneiro" desse bosque? E se seu "algoz" (o tirano que te "aprisionou") fosse você mesmo?

E lá estou eu, aguardando o resgate do Peregrino da Alvorada (Dawn Treader)...