quinta-feira, 14 de maio de 2009

Hate - an eclipse in soltice


O que projetamos, temos de volta. Mas tudo precisa, primeiro, refletir, e a ação de absorção e devolução no objeto refletor deixa suas marcas neste. As cicatrizes da Lua são, assim, caracterizadas, quando do soltício: o que se refletiu nela deixou lá suas marcas... Por isso, de quando em vez, a Lua se esconde para chorar as cicatrizes... É o que se chama de eclipse...

Assim é o ódio. Não há que se negar, é uma grande força, uma força que transforma o bicho-homem. É algo que nos leva às entranhas e erige de nós o que de pior pode haver.
Antes que a Lua em soltício pudesse se esconder, pude ver meu ódio nela. Foi bestial. E, por mais que eu tivesse me assustado, eu me admirei: é potência pura, algo forte, que tem a convicção de arrancar tudo que lhe atravanque o caminho. Os maiores impérios que este mundo já viu foram construídos com isso, com essa força destrutiva, como os espetáculos destrutivos da natureza.
Mas a Lua reteve meu ódio com ela por alguns instantes. Como que despertasse, vi o que sou com ódio, mas com os olhos da Lua. Quando me devolveu meu ódio, a Lua se virou, aos prantos, assustada.
E quando a luz me traiu pelo período do eclipse, entendi que o ódio é força, não poder. Entendi que bestas não se curvam à dor ou à morte apenas porque desconhecem amor ou vida. Entendi que potência sem controle não é nada, e que entre convicção e verdade, há um abismo. Quanto aos impérios construídos pelo ódio, larga foi sua extensão, mas nenhum deles se manteve.

Ainda preciso pedir perdão à Lua...

Um comentário:

  1. acho q estou na fase de esconder para chorar as cicatrizes =(

    saudades de vc.

    =*

    ResponderExcluir