terça-feira, 26 de julho de 2011

Realização (Je vous salue, archéologues!)

Créditos da foto: Habitus Consultoria.

A foto acima foi a motivadora da vistoria de hoje: é um polidor pré-histórico. É um local onde são produzidas lâminas de machado polido.
Há muitos anos atrás, um cara, como eu e você, se postou frente a essa pedra e passou horas, com a vista do Rio Verde (MS), criando um instrumento. Com este instrumento, ele derrubou árvores e ajudou a dar continuidade à sua civilização. Ele não sabia que se comunicaria comigo através daquele trabalho. Apenas o fez com amor, porque precisava dele para seu povo.

Hoje, pessoas como eu o escutam; pessoas como eu dão voz a ele. São chamados arqueólogos. São tipos por vezes estranhos, que ficam longe de casa por tempos e tempos, para escutar o que pessoas desconhecidas tem a dizer. Não é a vida mais fácil do mundo. Mas, certamente, é uma vida extremamente gratificante.

A datação deste sítio é de cerca de 900 anos A.P. (Antes do Presente, contado a partir de 1950). O artesão que utilizou este polidor me mandou um presente, mais de um milênio depois de produzi-lo! Hoje, 26 de julho, comemora-se o dia do Arqueólogo. Já havia encontrado lâminas de machado polido, mas nunca havia visto um local onde elas são feitas. Não foi a toa que tive contato com isso hoje.

É uma renovação de votos. Eu amo o que eu faço. Tive a bênção de escolher uma profissão que me completa, que me satisfaz, que contribui com minha felicidade, pelo prazer de servir ao meu povo, produzindo conhecimentos, alimentando a história, educando... assim como meu presenteador fez, há mais de 1000 anos atrás, postado frente a esta pedra.


Obrigado, meu desconhecido amigo, pelo seu presente! Fez me lembrar porque escolhi trabalhar com vocês há 13 anos!

Companheiros de profissão, eu os saúdo com lágrimas de alegria!

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Depois de nós

Olá, meus caros...
Mais uma ausência prolongada. Espero, mais uma vez, que me perdoem.
Muita coisa mudou desde o último post. Há muito a dividir. A Lua anda seguindo suas fases e, mensalmente, ela cresce, se enche, mingua, renova... Estou tentando aprender com ela, mas controlar as fases exige constância, coisa que eu não tenho. Mas uma descoberta musical recente vem cantar meu momento, e é isso que quero dividir com vocês hoje. A canção chama-se Depois de nós, e diz mais ou menos assim:

Hoje os ventos do destino
Começaram a soprar
Nosso tempo de menino
Foi ficando para trás
Com a força de um moinho
Que trabalha devagar
Vai buscar o teu caminho
Nunca olha para trás

Hoje o tempo voa nas asas de um avião
Sobrevoa os campos da destruição
É um mensageiro das almas dos que virão ao mundo
Depois de nós

Hoje o céu está pesado
Vem chegando temporal
Nuvens negras do passado
Delirante flor do mal
Cometemos o pecado
De não saber perdoar
Sempre olhando para o mesmo lado
Feito estátuas de sal

Hoje o tempo escorre dos dedos da nossa mão
Ele não devolve o tempo perdido em vão
É um mensageiro das almas dos que virão ao mundo
Depois de nós

Meninos na beira da estrada escrevem mensagens com lápis de luz
Serão mensageiros divinos, com suas espadas douradas, azuis
Na terra, no alto dos montes, florestas do Norte, cidades do Sul
Meninos avistam ao longe
A estrela do menino Jesus